sábado, 24 de março de 2012

Água: uso consciente x desperdício



   
    Ajude a criança a perceber o quanto a água é importante e como estamos desperdiçando este recurso indevidamente.

    É difícil encontrar uma criança que não goste de brincar com água, seja na piscina, no mar, no rio ou até no quintal de casa. Pode ser que algumas briguem para entrar no banho – mas só até elas perceberem que brincar dentro no chuveiro também pode ser uma delícia.     Mas aí mora um grande problema: a água não é brinquedo e não pode ser desperdiçada. Cerca de 97% da água que existe no planeta é salgada. Do restante, 2% está congelada e somente 1% encontra-se disponível para nada menos que 7 bilhões de pessoas, população atual da Terra. O resultado desse cenário é que nem todo mundo tem acesso à água. Em regiões da África e do Oriente Médio, há quem não encontre água potável e tenha de recorrer à compra em locais distantes de onde moram.

    Por conta da Bacia Amazônica e do Pantanal, o Brasil conta com grandes reservas de água doce. Esse fato costuma provocar, no inconsciente coletivo, uma falsa impressão de que o recurso é inesgotável. E o povo brasileiro acaba figurando entre os que mais gastam e desperdiçam água no mundo. Infelizmente, muita gente ainda lava as calçadas com mangueiras que não controlam a saída de água – conduta que, em algumas cidades, como São Paulo, é proibida e passível de multa. Isso, sem contar os banhos demorados: 15 minutos com o chuveiro elétrico ligado consomem, em média, 45 litros de água.

    A escassez de água ao redor do planeta indica que a preservação do recurso deve ser praticada e disseminada em todos os países, independentemente da reserva que possuem. Os próximos 50 anos serão decisivos, pois as projeções apontam que, nesse prazo, metade da população mundial conviverá com a falta de água caso nenhuma providência seja tomada.

    Portanto, hoje, mais do que nunca, toda criança deve aprender, desde cedo, a importância da preservação desse recurso natural indispensável à vida.

Fonte: www.novaescola.com.br

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Estar com os pais: momentos preciosos


Por Daniela Munerato

Independente da rotina que se tem, do tempo disponível e da mídia, que invade nossos lares desmedidamente, os momentos que as crianças passam com seus pais são preciosos!

Sabemos que a família tem uma importância fundamental no desenvolvimento e na integridade das crianças. Temos diferentes formas de organizar a rotina (muitas vezes corrida) hoje em dia, algumas vezes podendo contar com colaboradores, mas é sempre muita coisa para conciliar: casa, escola, trabalho e demais compromissos, tanto dos adultos como das crianças.

Mas o final do dia ou o final de semana sempre chega e podemos ter diferentes olhares para este tempo com nossos filhos. E neste ritmo imposto pela vida moderna, o mais importante é o que conseguimos fazer com eles. Perguntar sobre atividades da escola, falar sobre o nosso dia de adulto (curiosidades deste mundo) são trocas importantes. Vale pensarmos que muitas vezes os pequenos não imaginam onde o pais ficam ou o que fazem quando saem cedo e dizem: “Vou trabalhar!”

Fato é que o tempo em casa é sempre muito curto para tudo que desejamos fazer. Chegamos em casa muitas vezes sem sair do trabalho, isto é, o celular permanece ligado e continua tocando. Vez ou outra ainda é preciso dar aquela olhadinha no computador para terminar uma tarefa ou verificar se obtivemos resposta para algo que encaminhamos ao longo do dia. Refiro-me a rotinas paralelas, acontecendo concomitantemente. Falei em fim do dia, mas o fim do dia para as pessoas que estão no mundo do trabalho é muito diverso. Para alguns é na hora do almoço, para outros, às 17h, para outros ainda, depois das 20h e para outros, quando os filhos já estão na cama. Aquela velha história de todos sentados à mesa na hora do jantar agora é um sonho de muitos pais. E os encontros, tão importantes para que a relação de fato aconteça?

Através dos jornais, televisão, indicações de amigos e outras pessoas, temos notícias de tantas possibilidades para as crianças: são peças de teatros, festas, exposições, shoppings centers … Tais atividades são experiências interessantes, que ampliam o repertório, mas algumas vezes não favorecem o encontro entre adulto-criança, entre pais e filhos. Apesar de estarem no mesmo lugar, quase não se olham, não se ouvem, movidos pela atração, que cada um consome a partir de seus próprios critérios. E critérios muito distintos.

É isso mesmo, as expectativas de pais e de filhos num mesmo espaço podem ser diferentes. O que interessa uma criança em uma livraria é folhear diversos livros e ouvir histórias, enquanto os pais podem estar loucos para visitarem as estantes dos “livros mais lidos” ou para procurar algo relacionado com sua área de trabalho. A nossa decisão por uma ou outra situação depende de uma escolha e de novo temos prioridades em jogo. Por isso é importante considerar: se nosso tempo é escasso e estamos com nossos filhos, o que devemos priorizar?

O que não podemos perder de vista é que para as crianças o mais precioso é ter a atenção e a companhia dos pais, e isso é mais importante que comprar. Pode acreditar. Na verdade o que as crianças desejam é sentirem-se compreendidas, conhecidas, cuidadas. E depois, é preciso reconhecer, elas crescem, e os critérios e as necessidades mudam. Temos todos de nos adaptar constantemente (nós e nossos filhos). Cada etapa pode ser um maravilhoso desafio!

E que momentos favorecem estes encontros a que me refiro? Sentar com os pequenos. Reconhecer velhos e bons livros lidos com eles num exemplar novinho em folha na prateleira da livraria e cuja história sabemos quase de memória; folhear títulos novos de velhos autores ou não; desfrutar uma nova história sem o compromisso de levar para casa o exemplar, afinal, as livrarias, por exemplo, também se prestam a isso. E quando em casa, pegar uma caixa escondida no fundo do armário cheia de objetos, cada um com uma história: podem ser conchinhas, medalhas, fotografias, velhas carteirinhas de escola, bilhetinhos antigos, alguns exemplares que sobraram de uma velha coleção de gibis ou de miniaturas etc.

Também pertencem ao mesmo grupo de atividades os lençóis que magicamente se juntam às cadeiras e se transformam em cabanas no meio do quarto; brincadeiras com lanternas; aquela receita de bolo ou de biscoitinhos que exala um cheiro maravilhoso e cujo tempo de preparação representa uma espera quase impossível.

A nossa casa deve ser o cenário principal destes encontros. Um lugar que aconchega, que reúne e que não somente supre necessidades básicas, como comer ou dormir, mas favorece acontecimentos que nos fazem gostar de estar neste espaço e com aquelas pessoas, significa-o afetivamente de forma constante.

Quem não tem este tipo de memória? Quem não deseja este tipo de experiência também para os filhos? Estamos falando de relações e significados construídos a partir delas. Os pais representam portos seguros, cuidado, diversão e limites. As crianças precisam destes distintos olhares e da presença que esclarece a pertença familiar e constrói uma história.